segunda-feira, 4 de maio de 2009

Em Italiano seria melhor

Nesta escuridão infindável esperava ser uma luz. Mas sou apenas eu.

No silêncio inquietante deste universo esperava ser um som.

Mas sou apenas eu.

Afogada em mil saudades, doces e amargas, perdida entre mil vontades, sou apenas eu.

E não há mais poesia, não há mais som, não há mais cor que consigam aliviar o aperto deste coração tão sufocado. A existência é como se nada nunca tivesse existido.

Olhando de perto, todos não passam de efígies sombrias. Tudo é tão eternamente distante; tudo me é tão espantosamente estranho. Inclusive eu, que não sou nada além de mim.

Estranha. Solitária. Silenciosamente corroída pelo tempo, como todo o resto.

Esperava ter a coragem de fazer algum verso.

Mas sou apenas eu.

Esperava ter alguma coragem.

Mas sou apenas eu. Sou apenas eu mesma e não me resta mais ninguém, porque ninguém nunca houve, de fato.

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