Nesta escuridão infindável esperava ser uma luz. Mas sou apenas eu.
No silêncio inquietante deste universo esperava ser um som.
Mas sou apenas eu.
Afogada em mil saudades, doces e amargas, perdida entre mil vontades, sou apenas eu.
E não há mais poesia, não há mais som, não há mais cor que consigam aliviar o aperto deste coração tão sufocado. A existência é como se nada nunca tivesse existido.
Olhando de perto, todos não passam de efígies sombrias. Tudo é tão eternamente distante; tudo me é tão espantosamente estranho. Inclusive eu, que não sou nada além de mim.
Estranha. Solitária. Silenciosamente corroída pelo tempo, como todo o resto.
Esperava ter a coragem de fazer algum verso.
Mas sou apenas eu.
Esperava ter alguma coragem.
Mas sou apenas eu. Sou apenas eu mesma e não me resta mais ninguém, porque ninguém nunca houve, de fato.
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